Viagem internacional com pets: vacinas e quarentenas

Viajar para o exterior com seu pet exige muito mais do que passagens e hospedagem. Cada país tem regras específicas para a entrada de animais, especialmente em relação às vacinas obrigatórias, documentação sanitária e, em alguns casos, períodos de quarentena.

Ignorar ou desconhecer essas exigências pode resultar em atrasos na viagem, negação da entrada do pet no destino ou até mesmo retorno ao país de origem. Neste artigo, você entenderá o que é necessário para realizar uma viagem internacional com seu pet de forma segura e dentro da legalidade.

Por que existem regras tão rigorosas?

As exigências sanitárias têm como objetivo controlar doenças transmissíveis, como a raiva, leptospirose e leishmaniose, que podem afetar tanto animais quanto humanos. Países com baixos índices ou livres dessas doenças impõem medidas rigorosas para proteger sua população e fauna local.

Além disso, há uma preocupação com o bem-estar animal durante o transporte e a adaptação ao novo ambiente, o que justifica exigências como a quarentena preventiva.

Documentos e vacinas obrigatórias para viajar com pets

A documentação e as vacinas variam de acordo com o país de destino, mas alguns requisitos são comuns à maioria dos lugares:

1. Microchip de identificação

O microchip é obrigatório em diversos países, como os da União Europeia, Reino Unido e Japão. Ele deve ser aplicado antes da vacinação antirrábica e conter um número único de identificação.

O microchip deve ser compatível com o padrão internacional ISO 11784/11785. É importante levar um leitor universal, caso a autoridade sanitária local não tenha um disponível.

2. Vacinação antirrábica atualizada

A vacina contra a raiva é obrigatória para praticamente todos os destinos internacionais. Ela deve ser aplicada com pelo menos 30 dias de antecedência da viagem e estar dentro do prazo de validade (geralmente, 1 ou 3 anos, conforme a vacina utilizada).

Referência: MAPA – Ministério da Agricultura do Brasil

3. Exame sorológico (título de anticorpos contra raiva)

Alguns países, como União Europeia, Japão e Austrália, exigem um exame chamado título de anticorpos antirrábicos (ou FAVN), realizado após a vacinação. Esse exame comprova que o animal desenvolveu imunidade suficiente contra a raiva.

  • O exame deve ser feito 30 dias após a vacinação.
  • O resultado deve ser de no mínimo 0,5 UI/ml.
  • Ele deve ser feito em um laboratório reconhecido pela autoridade do país de destino (como o laboratório da Universidade de Kansas, nos EUA, ou o Laboratório Nacional Agropecuário – Lanagro, no Brasil).

4. Atestado de saúde veterinário

Um atestado de saúde emitido por médico veterinário credenciado pelo Ministério da Agricultura é obrigatório para a emissão da documentação oficial.

Ele deve atestar que o animal está clinicamente saudável, livre de parasitas e doenças infecciosas.

5. CVI – Certificado Veterinário Internacional

O CVI é o documento oficial emitido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) do Brasil, com base no atestado do veterinário particular. Ele deve ser solicitado com prazo específico antes da viagem, que varia conforme o país de destino.

Alguns países aceitam o CVIs digital (e-CVI), enquanto outros exigem a versão impressa com firma reconhecida.

Referência oficial: MAPA – CVI e viagens internacionais com animais

Países que exigem quarentena

A quarentena é exigida por países com controle rigoroso de entrada de animais. Nesses casos, mesmo com todas as vacinas e exames em dia, o animal pode ser isolado por um período após a chegada. Os países mais conhecidos por essa exigência incluem:

  • Austrália: quarentena obrigatória de 10 dias em instalação governamental (Melbourne), mesmo com exame sorológico válido.
  • Nova Zelândia: quarentena obrigatória, além de extensa documentação prévia.
  • Japão: quarentena de até 12 horas, podendo ser maior se houver pendências na documentação.
  • Cingapura: quarentena de 10 a 30 dias, dependendo do país de origem do animal.

A exigência de quarentena normalmente depende do nível de risco sanitário do país de origem. O Brasil, por ainda ter casos de raiva, é considerado país de alto risco por alguns destinos.

Dicas práticas para se organizar

  • Comece o processo com antecedência: Para países que exigem título de anticorpos e quarentena, o planejamento deve começar com pelo menos 6 meses de antecedência.
  • Verifique as regras no consulado: Cada país pode alterar suas exigências sem aviso. Consulte o site oficial do consulado ou embaixada.
  • Considere o bem-estar do pet: Algumas viagens são muito longas e estressantes. Se possível, avalie se é viável levar o pet ou deixá-lo sob cuidados especializados no Brasil.
  • Fale com um despachante pet: Para destinos complexos como Austrália, Japão e Reino Unido, contar com profissionais especializados em transporte internacional de animais pode evitar erros e dores de cabeça.

Conclusão

Viajar internacionalmente com seu pet é possível, mas exige organização, atenção aos detalhes e bastante paciência. Cada país tem exigências próprias sobre vacinas, documentação, exames e quarentenas, e deixar para última hora pode colocar tudo a perder.

Com o planejamento certo e todas as obrigações cumpridas, seu pet poderá acompanhá-lo com segurança e legalidade, aproveitando essa nova aventura ao seu lado.

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