Viajar com pets pode ser uma experiência incrível, mas nem sempre os animais reagem bem a mudanças de ambiente, clima, rotina e deslocamento. Por isso, é fundamental que o tutor saiba reconhecer os sinais de desconforto ou mal-estar durante uma viagem, seja de carro, avião ou hospedagem.
Entender o comportamento do seu bichinho e agir rapidamente diante de alterações é a melhor forma de garantir que a experiência seja segura e positiva para ambos. A seguir, conheça os principais sinais de que seu pet pode não estar se sentindo bem durante a viagem — e o que fazer nesses casos.
Mudança de comportamento: o primeiro alerta
Um dos sinais mais claros de que algo não está certo é a alteração no comportamento do animal. Se o seu pet costuma ser brincalhão e passa a ficar apático, ou se é tranquilo e começa a ficar muito agitado ou agressivo, é importante ficar atento.
Algumas mudanças comuns incluem:
- Agressividade repentina ou irritação
- Isolamento ou apatia
- Hipervigilância (olhos arregalados, respiração acelerada)
- Tentativas de se esconder
Essas reações podem ser causadas por estresse, medo do ambiente novo, barulhos desconhecidos ou até mesmo por dor física.
Referência: Associação Brasileira de Medicina Veterinária do Comportamento Animal – ABMeVeC
Enjoo e náusea durante deslocamentos
O enjoo em viagens, especialmente em deslocamentos de carro, é bastante comum em cães e gatos, principalmente filhotes ou animais não acostumados ao transporte. Entre os sinais mais frequentes estão:
- Salivação excessiva
- Bocejos constantes
- Lamber os lábios repetidamente
- Vômitos
- Respiração ofegante sem causa aparente
Se o animal apresentar esses sintomas, o ideal é fazer paradas frequentes para que ele respire ar fresco, manter o ambiente ventilado e evitar alimentá-lo até 2 horas antes da viagem.
Referência: Portal Medicina Veterinária – Cinestose em animais
Falta de apetite ou recusa de água
É normal que alguns pets comam um pouco menos durante os primeiros dias de uma viagem. No entanto, a recusa total de comida e água por mais de 24 horas é um sinal de alerta importante.
A desidratação, por exemplo, pode se instalar rapidamente em ambientes quentes ou após episódios de vômito e diarreia. Observe:
- Gengivas secas
- Letargia
- Urina escura ou escassa
- Olhos fundos
Nesses casos, o pet precisa ser incentivado a beber água, de preferência fresca, e se o quadro persistir, um veterinário deve ser consultado.
Tremores, respiração ofegante e excesso de salivação
Esses sinais físicos podem estar relacionados ao estresse, medo intenso ou superaquecimento. Viagens em ambientes quentes e sem ventilação adequada, como o porta-malas de carros, são extremamente perigosas.
Outros sinais de superaquecimento incluem:
- Língua muito vermelha
- Fraqueza
- Dificuldade para andar
- Convulsões (em casos graves)
Em situações como essa, é fundamental interromper a viagem, levar o pet para um local fresco, oferecer água e buscar auxílio veterinário com urgência.
Referência: Conselho Regional de Medicina Veterinária – Cuidados com calor em pets
Diarreia e vômitos frequentes
Além de enjoo passageiro, episódios contínuos de diarreia e vômito podem indicar infecções, contaminação por água ou alimentos fora do habitual, ou até reações ao estresse da viagem.
Esses sintomas merecem atenção quando:
- Persistem por mais de 24 horas
- São acompanhados de apatia ou sangue
- O pet recusa água ou aparenta dor abdominal
Nestes casos, mantenha o animal hidratado e evite medicações sem prescrição. Leve-o ao veterinário local, se necessário.
O que fazer ao perceber sinais de mal-estar?
- Interrompa o deslocamento sempre que possível para avaliar a situação com calma.
- Ofereça conforto ao pet, com água fresca, sombra, carinho e palavras suaves.
- Evite estimular ainda mais o animal, reduzindo barulhos, movimentos bruscos ou excesso de atenção.
- Tenha um kit de emergência com os itens básicos: soro, gaze, termômetro, colírio, além do contato de um veterinário 24h.
- Acione um profissional sempre que os sinais forem persistentes ou severos.
Levar seu pet ao veterinário antes da viagem também ajuda a prevenir muitos desses problemas, com orientações personalizadas e possíveis medicações preventivas.
Conclusão
Identificar que algo não está bem com seu pet durante a viagem pode ser a diferença entre um contratempo simples e uma emergência grave. Por isso, observar com atenção, respeitar os limites do animal e planejar cada etapa com responsabilidade são atitudes indispensáveis para uma experiência segura e agradável.
O bem-estar do seu companheiro deve estar sempre em primeiro lugar. Afinal, ele confia em você para protegê-lo — mesmo longe de casa.